Agronegócio é vetor de desenvolvimento econômico no interior da Bahia

Produção de mangas é um dos destaques
Ascom

O crescimento do agronegócio baiano, sobretudo através de implantações de agroindústrias no interior do Estado, aponta para um dos indicadores da desconcentração espacial da atividade econômica e o desenvolvimento de diversas microrregiões. Até mesmo a agricultura, antes polarizada na fruticultura do Vale do São Francisco e no cacau no Baixo Sul, ganhou novas dimensões nas últimas décadas.

Neste caso específico, a motivação vem em grande parte das agroindústrias implantadas ao longo da última década em diversas regiões do sul ao norte do Estado, permitindo a redução da pressão demográfica sobre a capital e  mais oferta de empregos em cidades além da região metropolitana.

De acordo com Clóvis Torres, coordenador do Conselho de Economia e Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias do Estado (FIEB), a  criação de novos polos industriais no interior da Bahia é fundamental para o surgimento de novos vetores de crescimento. “Naturalmente, a descentralização ajuda a minimizar a concentração da atividade industrial na região metropolitana, pois, a depender da atividade industrial, determinadas empresas podem atrair outras indústrias de transformação para essas regiões, impulsionando a atração de infraestrutura, capacitação de mão de obra, surgimento de novos campos de trabalho, oportunidades para exportação de produtos com maior valor agregado etc.”, afirmou.

Para Tasso Fair, Diretor Executivo da fábrica de polpas Sempre Viva, localizada em Ibirataia, a chegada de novos empreendimentos que tenham a preocupação de contemplar os vetores econômico, social e ambiental pode contribuir para o desenvolvimento regional. “O investimento na infraestrutura e absorção da mão-de-obra regional são constantes, sendo assim, a Sempre Viva está focada crescer economicamente, mantendo a responsabilidade social e ambiental. Acreditamos que através das agroindústrias, podemos nos tornar uma máquina produtiva estável, gerando mais empregos e renda per capita considerável por todas as regiões onde o segmento está presente”, revela Tasso.

O professor de economia e diretor de indicadores e estatísticas da Superintendência de Estudos  Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Gustavo Pessoti, informou que, além das vocações regionais, a desconcentração econômica passa por investimento em infraestrutura no interior. “A Bahia vem desenvolvendo, nas últimas décadas, programas setoriais que favorecem a desconcentração da riqueza. Este movimento não é pontual. Ele é contínuo”, afirmou o professor. Ele destaca, por exemplo, a diversificação do parque industrial, com a implantação de fábricas de calçados, alimentos, eletrônicos e celulose no interior, e defende a articulação entre os governos federal, estadual e municipal e criação de uma Política Nacional de Desenvolvimento.